As Olimpíadas de Paris 2024 não foram apenas um espetáculo de habilidades atléticas, mas também um verdadeiro desfile de moda e identidade cultural. Cada nação trouxe para o evento uma representação única de sua identidade através de uniformes meticulosamente desenhados.
Paris, conhecida como a “capital da moda”, manteve sua reputação com uniformes inspiradores e inovadores, condizentes com os altos padrões esperados em um evento realizado na maior cidade da França. A influência do setor têxtil parisiense desde o século XVII foi evidente em cada detalhe, refletindo um padrão de sofisticação e criatividade.
Desde os primeiros Jogos Olímpicos modernos, em 1896, os uniformes dos atletas passaram por uma notável evolução. Inicialmente simples e focados apenas na funcionalidade, esses trajes começaram a incorporar tendências culturais e avanços tecnológicos ao longo dos anos. Na década de 1920, com o aumento da participação feminina, surgiram designs mais estilizados. A introdução de tecidos sintéticos em 1936 e a colaboração com marcas de moda a partir da década de 1960 marcaram uma nova era na moda olímpica.
Os Jogos de 1984 em Los Angeles foram um marco, com a presença de designers renomados como Giorgio Armani e Ralph Lauren, que trouxeram sofisticação e uma nova abordagem ao marketing dos uniformes olímpicos. Desde então, a moda nas Olimpíadas tem sido uma fusão de identidade nacional, inovação tecnológica e estilo contemporâneo.
Na edição de 2024, as delegações mostraram uma diversidade de estilos que refletem suas culturas e valores. O Brasil, por exemplo, desfilou com uma coleção da Riachuelo que se destacou pelos bordados feitos à mão e pelos símbolos da fauna e flora nacional, como a onça-pintada e folhas típicas do Rio Grande do Norte.
A França, país anfitrião, dominou com uma paleta de azul, vermelho e branco. O artista parisiense Stéphane Ashpool, fundador da marca Pigalle, foi convidado para criar uma coleção que serviu tanto para a delegação olímpica quanto para a paralímpica, combinando elegância e funcionalidade em todos os trajes.
Os Estados Unidos, com Ralph Lauren à frente, trouxeram mais uma vez uniformes com forte influência patriótica. Os trajes apresentaram cores vermelha, branca e azul e destacaram inovações como jaquetas que aquecem automaticamente, refletindo a tradição da marca em criar peças funcionais e estilizadas.
A delegação do Haiti fez uma estreia marcante com um visual assinado pela estilista Stella Jean. Os trajes incluíam estampas vibrantes e refletem a rica cultura haitiana, com saias rodadas e coletes acinturados.
O Japão também trouxe inovação com uniformes projetados para bloquear raios infravermelhos, uma resposta a incidentes anteriores de captura ilícita de imagens. A colaboração da Mizuno com a Sumitomo Metal Mining e a Kyodo Printing resultou em trajes que garantem privacidade e segurança para as atletas.
Entre os destaques, o uniforme da Mongólia, assinado pela marca Michel&Amazonka, brilhou por sua beleza e riqueza de detalhes. Inspirado no Deel, um traje tradicional mongol, a vestimenta trouxe elementos culturais e modernos, com detalhes em dourado e referências aos Jogos Olímpicos. As Olimpíadas de 2024 foram um espetáculo não apenas de habilidades esportivas, mas também de expressão cultural e criatividade. Cada traje contou uma história, celebrando a diversidade global e inspirando um sentimento de unidade e orgulho entre atletas e espectadores. À medida que os Jogos avançam, continuamos a nos impressionar não só com o desempenho atlético, mas também com a beleza e inovação que cada nação trouxe ao palco mundial.