O mercado de apostas esportivas tem se destacado não apenas pelo crescimento acelerado, mas também pela forma como tem utilizado a comunicação estratégica para ganhar espaço entre os brasileiros.
Com campanhas ousadas e altamente segmentadas, essas empresas estão ocupando diferentes canais – digitais e tradicionais – para conversar diretamente com um público cada vez mais conectado. Mas afinal, como o marketing tem moldado esse cenário? E que lições esse movimento deixa para quem trabalha com comunicação?
Estratégias de mídia: segmentação, dados e alta performance
O mercado de apostas tem se tornado um verdadeiro laboratório de estratégias publicitárias. Por trás de todo anúncio impactante, existe uma lógica voltada para segmentação precisa, uso de dados e personalização.
Campanhas no YouTube, Instagram, TikTok e Google Ads não são apenas impulsionadas, mas pensadas para impactar perfis específicos. Seja por interesse em esportes, hábitos de navegação ou localização, o objetivo é simples: entregar a mensagem certa, para a pessoa certa, no momento ideal.
Além disso, há uma clara aposta em campanhas de performance. Ações com foco em cadastro, cliques e conversões utilizam incentivos como bônus e cupons — tudo milimetricamente calculado para capturar leads e aumentar a base de usuários ativos.
Multicanalidade: do digital à rua
Mesmo com forte presença no online, as casas de apostas não deixaram de investir no offline. Vemos outdoors, painéis de LED em grandes avenidas e inserções em estádios ou durante eventos esportivos na TV. É a força da comunicação integrada, com o físico reforçando a lembrança da marca gerada no digital.
Parcerias com clubes de futebol e campeonatos esportivos fortalecem ainda mais essa estratégia. Marcas estampadas em uniformes e eventos de grande visibilidade criam uma percepção de autoridade — especialmente entre os apaixonados por esporte.
Influenciadores e a conexão direta com o público
Outra grande sacada do setor está no uso do marketing de influência. Apostando em streamers, criadores de conteúdo e até ex-jogadores, as marcas conseguem humanizar a comunicação e gerar identificação com a audiência.
Canais como YouTube, Instagram, Twitch e X têm sido palco para análises de apostas, experiências ao vivo e interações que tornam o conteúdo mais espontâneo e confiável. É a boa e velha conexão emocional — agora potencializada pelas novas mídias.
O comportamento do apostador e o desafio da comunicação ética
Apesar do entretenimento ser o ponto de partida, muitas pessoas enxergam nas apostas uma forma de renda extra. Uma pesquisa recente mostrou que 83% dos apostadores fazem apostas semanais, e 70% escolhem onde apostar com base na reputação da marca.
Por isso, mais do que atrair, as marcas precisam se comprometer com comunicação transparente, clara e ética. Afinal, estamos falando de um setor sensível, que exige responsabilidade e cuidado, principalmente com públicos mais jovens e vulneráveis.
Comunicação e regulamentação: um novo cenário para o Brasil
A recente Lei 14.790/23 abriu espaço para a regulamentação do setor de apostas no Brasil. Com regras sobre sede nacional, segurança, tributos e fiscalização, o país passa a integrar esse mercado bilionário de maneira mais formal.
Nesse contexto, o papel da comunicação se torna ainda mais relevante… e vigiado. O CONAR já tem intensificado sua atuação, garantindo que as campanhas respeitem padrões éticos e evitem promessas enganosas ou apelos indevidos. A publicidade, quando feita com estratégia e ética, pode ser uma grande aliada no crescimento de mercados – mesmo os mais controversos.